domingo, 20 de abril de 2008

Traição Feminina - Vingança ou Consequência??



Olá! Estou desenvolvendo um trabalho de pesquisa de caráter comportamental sob uma perspectiva psicológica, cultural e social das mulheres em relacionamento estável que traem seus companheiros. Tendo como objetivo desmistificar a idéia de que a mulher só trai para se vingar; embora este também seja um fator preponderante para que a traição ocorra. Contudo, existem muitos outros fatores relevantes atrelados a traição feminina, mas a vingança não é o ponto basal como muitos acreditam.
De fato, durante muito tempo foi assim e por questões basicamente culturais esta atitude feminina ainda é embasada nessa teoria, a de vingança. Entretanto, ao longo dos anos posteriores a revolução sexual dos anos 60, este comportamento vem mudando e gradativamente a mulher passou a expor, exigir e buscar garantir o atendimento de suas necessidades emocionais, físicas e sexuais sem se auto-impor tantos limites e/ou pudores.
Apesar de toda evolução da classe feminina permitindo que suas carências sejam expostas e questionadas, quando se trata de expor de quem parte tais carências, elas optam veementemente pela discrição na manifestação, busca e satisfação dos seus desejos mais intrínsecos. Tornando assim a discrição uma forte característica e grande preocupação da mulher diante do ato de trair. Ao agir discretamente, inconscientemente a conforta essa possível garantia de manter a imagem dela resguardada. Desse mesmo modo, até aquelas que após uma significante mudança de comportamento, rebelando-se e abandonando o papel de personagem passiva das relações que estabeleceram em suas vidas e, atualmente tenham se tornado personagens ativas; algumas bastante ativas, diga-se de passagem. Para estas, a discrição também não deixou de ser o subterfúgio que as mantém protegidas da sociedade e de seus padrões.
Ou seja, a mulher moderna mesmo tendo sido tomada pelo grande "boom" revolucionário da troca e aquisição de novos e antigos papéis; de atualmente ela está numa posição estratégicamente favorável a mudanças e evolução da sua espécie, no sentido de mostrar-se capaz e ser capaz de atuar em diversas áreas; mesmo assim, à ela ainda não convém expor deliberadamente sua capacidade de atuar competentemente em áreas ditas masculinas, bem como, não é conveniente assumir outros novos papéis que ela também pode exercer, os quais a propósito, muitos já foram inseridos a realidade dela. Porém, ocultamente ou discretamente.
Outrora alguns papéis que eram assumidos unicamente por homens, atualmente os são por mulheres e vice-versa. Essa mudança é resultado de uma forte influência e iniciativa dos movimentos feministas que esbravejavam o chavão libertário “Queremos direitos iguais”. Esta luta estabelecida há anos, veio favorecer à mulher a assumir uma posição que dá o direito e a chance delas opinarem e divergirem dentro de uma sociedade altamente machista. Obtendo-se assim nas últimas décadas, um alargamento no número de mulheres que conquistaram lugares de destaque na sociedade, assumiram novos espaços, bem como também tiveram que somar novas responsabilidades as já, então, à elas impostas e perpetuadas como tarefas femininas.
A passavidade diante da traição masculina está arraigada na sociedade desde o início do século passado, entretanto sempre beneficiando aos homens com essa "liberdade justificável" e "motivos aceitáveis" como: virilidade, auto-afirmação, instinto etc. Do tipo, a mulher deu bola e os amigos viram... "Ahh não dá pra deixar passar, né??" (pensam eles) Ou serão vistos como derrotados, fracos, até mesmo como gay se não aproveitarem a chance. E por aí vai as infindáveis situações, explicações, motivos etc, que levarão, levaram e levam um homem a trair. Incrivelmente para muitas mulheres todo esse blá, blá, blá do macho sobre a traição, até hoje é super plausível. Mesmo elas estando diante desse lento, porém bem sucedido processo de evolução e conquistas da classe feminina, ainda há espaço para conformação no que diz respeito a traição masculina.
Isto é, mesmo a mulher tendo dado seu "grito de liberdade" e se autopresenteado com uma "carta de alforria" lhes dando plenos poderes e direitos de tomarem conta de suas próprias vidas e atitudes, ainda há uma castração quando o assunto é traição femina. Pois não apenas os homens, mas também, as já citadas, mulheres conformadas e que aceitam a traição masculina, condenam e rotulam a mulher que a comete como vadia, devassa, vagabunda etc.
Desse modo, em partes justificam-se os motivos pelos quais as mulheres continuam a optar pela discrição e não, pela exposição de mais um espaço por elas conquistado. Visto que para poderem revelar tal conquista; não por questões de honra ou de glória e, sim por uma questão de direito adquirido e justificável. Sim, justificável e na mesma medida e proporção que é para os homens. Já que diante das condições e necessidades femininas, a elas também vos é dado o direito de ter instintos; que aqui não cabem que seja o maternal, pois esse não é o único instinto que uma mulher pode ter e se dar o direito de sentir.
Assim sendo, para um dia a exposição da traição feminina acontecer e ser vista como a do homem é, será instaurada na sociedade uma batalha árdua e inexorável, pois este espaço desde os primórdios é visto como fruto de posse e parte da programação genética do macho. Ou seja, este espaço até hoje é assim e o será por muito tempo indelével da índole masculina. Embora, as mulheres já estejam provando o sabor da traição há um certo tempo e timidamente de forma mais translúcida.
Após esse breve resumo de fatos e opnião, retomo exclusivamente a temática do que leva uma mulher em relação estável a trair o seu parceiro. Na maioria dos casos relatados a vingança está entre os últimos fatores que levam uma mulher a trair seu companheiro. A insatisfação; seja ela amorosa ou física, destaca-se sendo a maior desencadeadora da traição sexual feminina. Isto é, a mulher não trai por esporte ou por instinto animal, como normalmente os homens fazem ou defendem-se. A princípio, os motivos da traição feminina estão coerentemente relacionados a sentimentos de insegurança, frustração, insensibilidade do parceiro, machismo, falta de diálogo, entre outros.
Em suma, após trazer a tona a questão da traição feminina, este tema polêmico e ainda um tabu perante a nossa preconceituosa e machista sociedade, quero saber a opinião de vocês.
Quais fatores ou motivações estão atrelados a traição feminina? Somente o sentimento de vingaça ou consequência de N problemas ligados a relação conjugal?
Marina Brava Flor
P.S.: Caso queiram relatar com maiores abordagens/detalhes a temática e não queiram se expor, disponibilizo meu e-mail e garanto-lhes retorno e discrição certamente.

E-mail: marinabravaflor@hotmail.com